Infertilidade

29-11-2024

A infertilidade no seio de um casal é declarada quando, após um ano de relações sexuais regulares, sem uso de qualquer método contracetivo, não ocorrendo uma gravidez viável. Este critério, contudo, nem sempre é necessário para identificar uma situação de infertilidade. É o que acontece, por exemplo, em caso de historial clínico de menstruações pouco frequentes, com fluxo escasso ou irregular (oligomenorreia), de ausência de ovulação crónica (anovulação) ou de ausência de espermatozoides no sémen (azoospermia).


O potencial reprodutivo da espécie humana é relativamente baixo, estimando-se em apenas 25% a probabilidade de ocorrência de uma gravidez resultante de uma relação sexual ocorrida, durante o intervalo fértil, numa mulher com menos de 35 anos. A partir dessa idade, o potencial reprodutivo diminui progressivamente, passando a probabilidade de gravidez em cada ciclo para um valor inferior a 10%.

A fertilidade afeta homens e mulheres em proporções semelhantes. Nas últimas décadas, a infertilidade masculina tem-se agravado devido, sobretudo, à diminuição do número de espermatozoides e da sua mobilidade. No caso das mulheres, o adiantamento da maternidade tem vindo a diminuir a probabilidade de uma gravidez natural, tendo em conta a diminuição de folículos viáveis com a idade. Cerca de 22% das mulheres entre os 30 e os 39 anos têm dificuldades em conceber o primeiro filho, em comparação com cerca de 13% das mulheres com menos de 30 anos. Para além destes fatores, a infertilidade pode ter outras causas, que variam desde o estilo de vida, a disfunções hormonais, infeções sexualmente transmitidas ou problemas congénitos.


Técnicas de diagnóstico:

  • Análise ao sémen (espermograma);
  • Análise aos níveis hormonais (deteção de testosterona no sangue);
  • Ecografia escrotal e transretal;
  • Ressonância magnética à hipófise, à pélvis e ao escroto.


Técnicas de diagnóstico:

  • Testes de ovulação (deteção da hormona luteinizante* - LH - na urina);
  • Ecografia aos ovários (observação da estrutura dos folículos);
  • Ecografia ao útero (observação das mudanças cíclicas do endométrio);
  • Histerossalpingografia (exame radiológico ao útero e às trompas).

Trinta por cento dos casos de infertilidade feminina devem-se à diminuição precoce da reserva ovárica. A hormona antimülleriana (AMH) é produzida nas células da camada granulosa dos folículos primordiais e detetada no sangue, permitindo avaliar os níveis da reserva ovárica funcional, ou seja, o número e a qualidade dos oócitos. Essa avaliação permite o aconselhamento de mulheres relativamente à duração da sua vida reprodutiva e eventual planeamento de tratamentos para a infertilidade.



Infertilidade em Portugal:

O primeiro estudo epidemiológico sobre a infertilidade em Portugal foi realizado em 2009. Os resultados deste estudo permitiram concluir que entre 260 e 290 mil (cerca de 9% a 10%) casais portugueses sofrem de infertilidade e mais de 100 mil podem beneficiar de tratamento para solucionar o problema. De acordo com a Associação Portuguesa de Infertilidade, estima-se que, atualmente, em Portugal, 15% a 20% dos casais em idade reprodutiva sofra de infertilidade.




Técnicas de procriação medicamente assistida

A infertilidade é cada vez menos uma condição permanente, podendo ser ultrapassada, em muitos casos, através do recurso à procriação medicamente assistida (PMA).

A PMA enquadra um conjunto de técnicas e tratamentos médicos destinados a favorecerem a gravidez em caso de problemas de fertilidade masculina, feminina ou ambas. Em geral, os procedimentos de reprodução assistida envolvem a manipulação, em laboratório, de espermatozoides, de oócitos II ou de embriões. De entre essas técnicas destacam-se:

  • Inseminação intrauterina;
  • Fertilização in vitro;
  • Injeção intracitoplasmática de espermatozoide.

Hormona luteinizante (LH)*: é uma hormona libertada pela hipófise que regula o ciclo menstrual feminino e a ovulação. A LH tem ainda um importante papel na produção de esperma, no homem, pois estimula a produção de hormonas sexuais masculinas.

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