Diferentes métodos contracetivos

28-10-2024

Os métodos contracetivos correspondem a técnicas e procedimentos com vista a evitar a procriação. Apesar de todos os métodos poderem ser prescritos a todos os indivíduos saudáveis, a segurança e a eficácia de cada método são determinadas por situações e condições médicas especiais. Assim, é importante o recurso a aconselhamento médico, para que se possa fazer uma opção esclarecida que vá ao encontro das necessidades e expectativas individuais.

Métodos não hormonais

Os métodos não hormonais recorrem a processos químicos ou mecânicos que têm como finalidade impedir o encontro entre os espermatozoides e o oócito II. De entre estes métodos, os preservativos masculino e feminino, para além da sua função contracetiva, são indispensáveis para a prevenção de infeções sexualmente transmissíveis (IST).

Preservativo masculino

Revestimento de látex que é colado no pénis em ereção, antes do contacto com a vagina, de forma a impedir que o esperma entre na vagina. Além de funcionar como barreira, está normalmente coberto por uma substância que tem uma ação espermicida e lubrificante. No final da relação sexual, é importante segurar o preservativo pela base, quando se retira o pénis da vagina, de modo a evitar a saída do esperma.

Eficácia: 86%

Preservativo feminino

Consiste numa bolsa afunilada que se adapta à vagina e recobre o colo do útero, impedindo o contacto com o esperma. Pode ser introduzido algumas horas antes da relação sexual. Tal como o preservativo masculino, protege da transmissão de IST.

Eficácia: 86%

DIU (Dispositivo intrauterino)

Consiste num dispositivo plástico revestido com cobre, em forma de T ou de S. A sua ação contracetiva deve-se à libertação de iões de cobre que provocam alterações no muco cervical, perturbando a mobilidade dos espermatozoides, e a alterações no endométrio, provocando a sua inflamação e impedindo a implantação do embrião no útero. É inserido no útero por pessoal médico especializado.

Eficácia: 95%

Diafragma

Dispositivo de borracha com um aro flexível que se introduz na vagina. Exige o conhecimento do próprio corpo. Quando corretamente introduzido, previne o contacto do esperma com o colo do útero. É recomendado o uso conjunto de gel espermicida, para proporcionar maior eficácia.

Eficácia: 84%

(2021). Vasectomia – Miletto Urologia. Miletto.com.br. (Disponível em 09/12/2024)    https://www.miletto.com.br/tratamentos/vasectomia/     //        Laqueadura tubária: tudo sobre o procedimento. Medway. (Disponível em 09/12/2024) https://www.medway.com.br/conteudos/laqueadura-tubaria-saiba-mais-sobre-o-procedimento/
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Vasectomia e laqueação das trompas

Procedimentos cirúrgicos invasivos que bloqueiam as vias genitais masculina e feminina, respetivamente, impedindo a fecundação. A vasectomia bloqueia ou corta os canais deferentes, impedindo a saída dos espermatozoides e a sua presença no sémen. A laqueação consiste no fecho permanente das trompas de Falópio. Apesar da sua elevada eficácia na prevenção da gravidez, o carácter permanente e invasivo destes procedimentos cirúrgicos aconselha a uma escolha ponderada do seu uso.

Eficácia: 99,6%

Esponja vaginal

Antes da relação sexual, a esponja é colocada dentro da vagina, onde fica encostada ao colo do útero, libertando substâncias espermicidas. Funciona bloqueando o útero e desacelerando os espermatozoides, para que eles não possam alcançar e fertilizar o oócito II. A esponja tem um pequeno laço para remoção e deve ser deixada na vagina por um período nunca inferior a 6 horas após a relação sexual, mas não mais que 30 horas

Eficácia: 76% a 88%

Reis, J. , Guimarães, A. , Saraiva, A. B. , Novais, H. (2024). Odisseia 12. (1ªedição). Porto Editora.
Reis, J. , Guimarães, A. , Saraiva, A. B. , Novais, H. (2024). Odisseia 12. (1ªedição). Porto Editora.

Abstinência periódica/Método natural

Este método é designado por natural, uma vez que não utiliza recursos químicos ou físicos. O método calendário, de baixo grau de eficácia, funciona com base na abstinência de relações sexuais no intervalo fértil do ciclo, tendo em conta que a maioria das mulheres é fértil cerca de duas semanas antes da menstruação. Para além do cálculo baseado na contagem dos dias, este método deve ser acompanhado da monitorização de outros parâmetros, com vista aumentar a sua fiabilidade, nomeadamente a medição da temperatura logo de manhã, ao acordar, tendo em conta a ligeira elevação da mesma aquando da ovulação, e a avaliação da fluidez do muco cervical, que se torna mais fluido durante esse período. Existem aplicações cujos algoritmo "aprende" o padrão do ciclo de cada mulher, permitindo encontrar a janela fértil, quando há risco de gravidez, e o intervalo em que a mulher não é fértil.

Eficácia: 74%




Método do Calendário

O método do calendário, também conhecido como método Ogino-Kanus, é um método contracetivo natural que se baseia na observação do ciclo menstrual da mulher. Para ser eficaz, é necessário que a mulher tenha ciclos regulares, seja saudável e consiga registar corretamente as suas fases. Este método não é recomendado para prevenir a gravidez, pois a sua eficácia é inferior à dos métodos hormonais.


Para utilizá-lo, deve-se calcular o período fértil, que ocorre cerca de 14 dias antes da menstruação, levando em conta que o óvulo é fecundável até 24 horas após a ovulação, e os espermatozoides podem sobreviver até 3-5 dias. O cálculo do período fértil exige o acompanhamento de pelo menos 6 ciclos menstruais anteriores, subtraindo 10 dias ao ciclo mais longo e 20 dias ao ciclo mais curto.

Embora seja considerado natural devido à sua acessibilidade e ausência de intervenções químicas ou mecânicas, exige compromisso e atenção diária. Com o uso correto, 3 em cada 100 mulheres engravidam em 12 meses

As vantagens do método incluem a ausência de efeitos secundários, custos zero, e a promoção de responsabilidade partilhada pelo casal. Contudo, apresenta desvantagens, como a necessidade de acompanhamento rigoroso do ciclo menstrual, a não proteção contra infeções sexualmente transmissíveis, e a possibilidade de períodos de abstinência sexual. Além disso, é menos eficaz em mulheres com ciclos irregulares.

Eficácia: 75%



Métodos Hormonais

(2018) Saber Viver. (Disponível em 12/12/2024) Aprenda a identificar e calcular o período fértil.
(2018) Saber Viver. (Disponível em 12/12/2024) Aprenda a identificar e calcular o período fértil.

Os contracetivos hormonais são métodos para prevenção da gravidez elaborados com base em formas sintéticas de hormonas sexuais: os estrogénios* e a progesterona*. Alguns desses métodos combinam as duas hormonas, enquanto outros possuem apenas progesterona. Estes contracetivos devem ser sempre utilizados mediante indicação médica. A sua aplicação pode ocorrer de diversas formas, através de ingestão, injeção, inserção vaginal ou difusão na pele

Enquanto a maioria destes métodos inibe a ovulação, impedindo assim a possibilidade de fecundação, alguns deles conduzem a um espessamento do muco cervical, dificultando a chegada do espermatozoide ao útero. Os métodos hormonais não previnem as infeções sexualmente transmissíveis.

 

Pílula oral

Existem diversos tipos de pílulas, que variam na sua composição. As mais comuns são as combinadas (compostas por estrogénios e progesterona) e as minipílulas, constituídas somente por progesterona. São de toma diária durante 21 dias, suspendendo-se a mesma durante os 7 dias seguintes. É recomendada a sua toma sempre no mesmo horário.

Eficácia: 94%

Adesivo Contracetivo

O adesivo é colocado na pele, através da qual as hormonas nele contidas são absorvidas para a circulação sanguínea. Os adesivos devem ser usados durante períodos de 21 dias, intercalados de pausas de 7 dias.

Eficácia: 97,5%

Anel Vaginal

Consiste num anel fino e flexível de silicone que é colocado na vagina durante três semanas. Nesses período, vai libertando as hormonas que contém para a corrente sanguínea. Na quarta semana, o anel vaginal deve ser removido, sendo reinserido um novo anel após uma semana de pausa. 

Eficácia: 92%

SIU (sistema intrauterino)

O sistema intrauterino (SIU) é um pequeno dispositivo flexível em forma de T, semelhante ao DIU. Este dispositivo contém uma hormona sintética progestativa que é libertada de forma contínua. Esta substância promove a diminuição da espessura do endométrio, impedindo a fixação do embrião ao útero, e o aumento da espessura do muco cervical, diminuindo, assim, a possibilidade de fecundação. 

Eficácia: 99,8%

Contracetivos injetáveis

Estes contracetivos podem ser aplicados uma vez por mês ou trimestralmente. A interrupção da aplicação das injeções permite o retorno da fertilidade mais rapidamente do que no caso da modalidade oral.

Eficácia: 96%

Implante contracetivo

Consiste num pequeno bastão flexível implantado, com anestesia local, sob a pele, na parte inferior do braço. O dispositivo é eficaz durante 3 anos, libertando progesterona de forma regular.

Eficácia: 99,9%

Os métodos contracetivos são comercializados em farmácias e parafarmácias, mas também são distribuídos pelo Serviço Nacional de Saúde (disponíveis em centros de saúde, consultas de planeamento familiar e urgências de vários hospitais).


*Progesterona - é uma hormona produzida pelos ovários, que tem um papel muito importante no processo da gravidez, sendo responsável por regular o ciclo menstrual da mulher e preparar o útero para receber o óvulo fertilizado.

*Estrogénio Estrogénio é o termo utilizado para indicar o grupo de três hormonas esteroides que têm na  sua estrutura 18 moléculas de carbono e agem no controle do ciclo menstrual e no desenvolvimento de características femininas:

  • Estradiol;
  • Estriol;
  • Estrona.

O estrogénio é uma hormona sexual presente em maiores quantidades no organismo feminino. A sua produção ocorre nos ovários e é um dos responsáveis pela fertilidade feminina. Estas três hormonas começam a ser produzidas quando é iniciada a menarca.

Estradiol - O estradiol é a principal hormona sexual feminina, sendo fundamental para o início da gravidez.

Estriol - O estriol é uma hormona sexual feminina de baixa atividade estrogénica. É identificada na urina das mulheres grávidas em grande quantidade. 

Estrona - A estrona é uma hormona semelhante ao estradiol, mas menos potente e predominante no organismo feminino após a menopausa.


Quais são as funções do estrogénio no corpo da mulher?

Entre as principais funções do estrogénio no corpo da mulher estão:

  • Função reprodutiva (promove a multiplicação celular, possibilitando a regulação do ciclo menstrual e a preparação do endométrio a cada ciclo menstrual para possibilitar a implantação do embrião no útero);
  • Regulação de distribuição de gordura corporal (distribuição de gordura corporal no organismo feminino);
  • Desenvolvimento mamário (desenvolvimento das mamas e glândulas mamárias quando a mulher entra na puberdade);
  • Crescimento de pelos pubianos (regula o crescimento de pelos pubianos, cuja função é a de proteger a região);
  • Estimulação do desenvolvimento do órgão sexual feminino (os órgãos do aparelho reprodutor feminino desenvolvem-se de acordo com os níveis de estrogénio no organismo).
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