Principais IST's

14-10-2024

Antes conhecidas por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), estas doenças são agora conhecidas por ISTs (infeções sexualmente transmissíveis), estas infeções transmitem-se principalmente por contacto sexual

As infeções sexualmente transmissíveis são conhecidas vulgarmente como doenças venéreasSão doenças infeciosas provocadas por bactérias, vírus, fungos e parasitas, cujo contágio é feito principalmente através de relações sexuais; todas são transmitidas por contacto sexual: vaginal, anal ou oral. Algumas podem também ser transmitidas por contacto com fluidos corporais, a partir de sangue e tecidos infetados se forem usados em transfusões e transplantes, e de mãe para filho durante a gravidez e o parto.
 

As infeções sexualmente transmissíveis podem ter implicações graves na saúde e qualidade de vida a longo prazo, nomeadamente porque algumas aumentam o risco de:

  • Cancro ginecológico;
  • Infertilidade;
  • Aborto, parto prematuro e problemas nos recém-nascidos;
  • Cirrose e cancro do fígado;
  • Infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH);
  • Morte prematura.


Entre os fatores que têm contribuído para um ressurgimento importante das infeções sexualmente transmissíveis nas últimas décadas contam-se principalmente questões comportamentais:

  • O início mais precoce da vida sexual;
  • O menor receio de uma gravidez indesejada;
  • A troca frequente de parceiros sexuais.



Infeções sexualmente transmissíveis mais importantes

São conhecidas atualmente mais de 30 bactérias, fungos, vírus e parasitas que são transmitidos principalmente por relações sexuais.

As principais infeções sexualmente transmissíveis são:

  • Clamidiose genital, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis;
  • Condilomas anogenitais, causados pelo vírus do papiloma humano (HPV);
  • Gonorreia, causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae;
  • Hepatite B, causada pelo vírus da hepatite B;

  • Herpes genital, causada pelo vírus Herpes simplex tipo 2;

  • Micoplasmose genital, causada pela bactéria Mycoplasma genitalium;
  • Tricomoníase, causada pelo parasita Trichomonas vaginalis;
  • Sífilis, provocada pela bactéria Treponema pallidum;
  • Síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA), causada pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH).

Há outras infeções que também se podem transmitir por via sexual, mas em que esta via não é muito importante na disseminação da doença. Por isso, não são consideradas infeções sexualmente transmissíveis. É o caso, por exemplo, das hepatites A e C e do vírus Zika.


 


SIDA 
A SIDA, Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, é um quadro clínico resultante da
infeção pelo VIH, Vírus da Imunodeficiência Humana, do qual se conhecem dois tipos: o VIH 1 e o VIH 2. 
Trata-se de uma doença que se
transmite pelo sangue e pelo contacto sexual - pelo que qualquer pessoa pode ser infetada. O VIH destrói progressivamente certos glóbulos brancos do sangue chamados linfócitos CD4+. Os linfócitos ajudam a defender o corpo contra células estranhas, organismos infeciosos e cancros. Assim, quando o VIH destrói os linfócitos CD4+, as pessoas ficam vulneráveis ao ataque por muitos outros organismos infeciosos. Num doente com as defesas muito diminuídas, mesmo uma simples infeção pode tornar-se fatal. Ou seja, ninguém morre de SIDA, mas sim de infeções ou doenças às quais o organismo não teve a capacidade de se proteger devido aos efeitos do VIH. 

A SIDA não tem cura, nem vacina, existem apenas medicamentos antirretrovirais, medicamentos que permitem dar uma maior longevidade às pessoas portadoras do vírus. Os medicamentos antirretrovirais usados para tratar a infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) têm por objetivo:

  • Reduzir a quantidade de RNA do HIV (carga viral) no sangue até um valor indetetável

  • Restaurar a contagem de CD4 a um nível normal

Esta doença pode apenas ser prevenida, especialmente, com o uso do preservativo.

Relativamente ao panorama nacional "até final de 2017 foram diagnosticados, cumulativamente, em Portugal, 57.913 casos de infeção por VIH, dos quais 22.102 atingiram estádio de SIDA"- Relatório Infeção VIH e SIDA da Unidade de Referência e Vigilância Epidemiológica do Departamento de Doenças Infeciosas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em colaboração com o Programa Nacional da Infeção VIH e SIDA da Direção-Geral da Saúde.
 

O
Dia Mundial do Combate à SIDA é assinalado anualmente a 1 de dezembro. A criação deste dia foi uma iniciativa de James Bunn e Thomas Netter, dois oficiais do Programa Mundial da Luta contra a SIDA da Organização Mundial de Saúde (OMS). O seu objetivo é sensibilizar e apoiar aqueles que padecem desta doença e homenagear os que faleceram infetados. 

Este dia é também celebrado na nossa escola, este ano com a elaboração de laços vermelhos por parte dos alunos, e a posterior formação de um coração com os mesmos. Este fez parte de uma cartaz exposto no bloco da entrada, onde estavam expostos alguns dados estatísticos sobre o contágio de VIH e também algumas pessoas que morreram após serem infetadas por este vírus.


Hepatite B
A hepatite B é uma doença infeciosa causada pelo
vírus da hepatite B e que ataca o fígado, podendo causar doença aguda ou crónica. O vírus da hepatite B (VHB) é um vírus que provoca inflamação do fígado e que causa a hepatite B.

Este vírus transmite-se principalmente por via sexual, mas também através da partilha de agulhas e transmissão mãe-filho durante a gestação ou nascimento. Num estado mais avançado, a infeção pode potenciar o desenvolvimento de doenças hepáticas graves, como a cirrose e cancro no fígado.

O vírus da hepatite B tem a capacidade de sobreviver fora do organismo por cerca de 7 dias, mantendo-se ativo neste período. No organismo encontra-se no sangue e em algumas secreções corporais (sémen, secreções vaginais e saliva). 

A maior parte das vezes, a hepatite B é aguda e não precisa de nenhum tratamento específico, e o vírus acaba por ser eliminado pelo sistema imunitário. Cerca de 95% dos adultos saudáveis que são infetados com hepatite B recuperam e libertam-se do vírus ao final de algumas semanas, podendo ir até aos 6 meses.

No entanto, em cerca de 5% dos casos a hepatite B em adultos torna-se crónica.


As principais vias de transmissão do vírus são: 
    • via sexual: vaginal, anal e oral (forma de transmissão mais comum)
    • via parentérica:
      • partilha de agulhas/seringas contaminadas, tatuagens, acupuntura, piercings (se utilizado material não esterilizado)

      • partilha de escova dos dentes, lâminas de barbear, corta unhas ou outros utensílios de uso pessoal que possam conter sangue contaminado

      • transfusões sanguíneas e transplante de órgãos (vias raras de transmissão)
    • transmissão vertical (de mãe para filho): acontece durante ou imediatamente após o parto. A cesariana não impede a transmissão do vírus.

    Apesar de o vírus já ter sido detetado na saliva, é pouco provável a transmissão através do beijo, a menos que existam feridas na boca.

A vacinação contra a hepatite B é o elemento-chave da prevenção. As vacinas contra o vírus da hepatite B são seguras e apresentam uma eficácia de 98-100% na proteção da infeção.

Em Portugal, a vacina está integrada no Programa Nacional de Vacinação desde 1995. É recomendada a administração da:

  • 1ª dose logo após o nascimento ainda na maternidade/hospital
  • 2ª dose aos 2 meses de idade
  • 3ª dose aos 6 meses de idade

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que todas as crianças sejam vacinadas contra a hepatite B, idealmente nas primeiras 24 horas de vida. A eficácia desta vacina depende da administração de todas as doses recomendadas.





Sífilis

A sífilis é uma infeção sexualmente transmissível (IST) provocada pela bactéria Treponema pallidum, uma *espiroqueta que não pode sobreviver muito tempo fora do corpo humano. Na sífilis sexualmente adquirida, T. pallidum entra pelas mucosas ou pela pele, alcança os linfonodos regionais dentro de horas e rapidamente se dissemina ao longo do corpo. Manifesta-se inicialmente por pequenas úlceras na pele, localizadas nos genitais, na boca ou no ânus, mas pode permanecer muito tempo sem dar sinais após a infeção, o que facilita o contágio dos parceiros sexuais.

*Espiroquetas – Bactérias Gram-negativas, helicoidais que se movem através de filamentos axiais (endoflagelo). Diversas espécies estão associadas a doenças, incluindo Treponema pallidum, o agente etiológico da Sífilis.


A sífilis tem três fases, intervaladas por períodos variáveis de latência, e se não for tratada pode provocar complicações graves no coração, no cérebro, nos olhos e noutros órgãos. No entanto, caso o diagnóstico seja feito no início da infeção, o tratamento é curativo. Em mulheres grávidas, é essencial o rastreio, pelo risco de transmissão ao bebé, na forma de sífilis congénita, podendo provocar aborto, parto prematuro e doença grave à nascença, incluindo surdez, alterações neurológicas e deformidades ósseas do bebé. Após as fases iniciais, a sífilis pode ficar inativa durante décadas, ou então deteriorar lentamente os órgãos onde a infeção se instalou.

Chama-se sífilis primária à fase da doença em que os sintomas começam a manifestar-se 2-3 semanas depois do contágio.

  • Geralmente aparece um caroço avermelhado no pénis, em redor da abertura vaginal ou do ânus, ou seja, na região do corpo que foi a via de entrada do Treponema pallidum;
  • Este caroço, que não provoca dor, pode depois transformar-se numa úlcera (ferida, que se designa como cancro duro) com os bordos salientes;
  • Podem também aparecer feridas na cavidade vaginal, no reto ou na garganta e que não são imediatamente visíveis;
  • Mesmo sem tratamento, estas lesões podem cicatrizar em poucas semanas, o que leva a que muitas pessoas não procurem cuidados médicos, permitindo que a doença se agrave e que contagiem outros.





Assim, quando os sintomas de sífilis primária não são valorizados e, por isso, a doença não é diagnosticada nem tratada corretamente, podem seguir-se novos episódios da doença, neste caso de sífilis secundária, com sintomas mais graves e variados, incluindo:

  • Erupção (manchas avermelhadas) generalizada na pele;
  • Presença de manchas grande e salientes, cinzentas ou esbranquiçadas nas regiões quentes e húmidas do corpo, por exemplo a boca e os órgãos genitais;
  • Sintomas semelhantes a gripe: febre, dores musculares generalizadas, dor de cabeça e garganta, entre outros;
  • Gânglios inchados no pescoço, axilas e virilhas.

    A sífilis terciária ou tardia é a doença que ocorre muito tempo, frequentemente muitos anos, depois do contágio, por vezes depois de outros episódios da doença que não foram tratados.

    • Os sintomas e lesões da sífilis tardia são bastante mais graves, envolvem o coração, entre outros tecidos e órgãos.



    Em qualquer das fases da sífilis - primária, secundária ou tardia, pode haver envolvimento do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), o que é referido como neurosífilis. Nestes casos há frequentemente sintomas como:

    • Distúrbios da visão e cegueira;
    • Falhas de memória ou dificuldade em concentração;
    • Alteração na marcha ou dormência nas pernas e pés
    • Alterações do humor ou irritabilidade;
    • Depressão, delírios ou mania;
    • Delírios, confusão mental ou convulsões;
    • Tremores, fraqueza ou paralisia geral progressiva;
    • Dor de cabeça, rigidez na nuca, náuseas e vômitos;
    • Vertigem ou aumento da sensibilidade à luz.




As bactérias treponema geralmente infectam o líquido cefalorraquidiano dentro de 3 a 18 meses após a inoculação. Quando ocorre neurosífilis, a primeira manifestação que ocorre é a meningite, que consiste numa uma inflamação das meninges cerebrais. Todas as formas de neurosífilis começam com meningite e este estágio da doença é atingido em aproximadamente 25% dos casos de sífilis.


Inicialmente, a meningite não produz sintomas e só pode ser descoberta através da realização de uma punção lombar. Excecionalmente, e em estágios mais avançados, pode causar paralisia do nervo craniano, aumento da pressão intracraniana ou derrames. Como a meningite pode não causar sintomas, após vários anos, podem ocorrer danos ao parênquima cerebral (tecido cerebral funcional).


*Líquido cefalorraquidiano (LCR), também conhecido como líquor ou fluído cérebro espinhal, é definido como um fluído corporal estéril, incolor, encontrado no espaço subaracnóideo no cérebro e medula espinhal (entre as meninges aracnóide e pia-máter). Caracteriza-se por ser uma solução salina pura, com baixo teor de proteínas e células, atuando como um amortecedor para o córtex cerebral e a medula espinhal.





    Sífilis latente, é a designação que se dá à fase da doença em que não há sintomas, independentemente do tempo que decorreu desde a infeção e de esta ser ou não conhecida.

    O diagnóstico da sífilis é feito com base nos sintomas, na história relatada pelos doentes, em resultados do exame físico e é confirmado por análises de sangue e eventualmente por análise de líquido cefalorraquidiano obtido por punção lombar quando há suspeita de neurosífilis.



As relações sexuais sem utilização de métodos de barreira de proteção, como o preservativo, são a principal forma de transmissão da sífilis por via vaginal, anal ou oral. A infeção também pode surgir através de cortes na pele ou membranas mucosas, com o contacto com lesões cutâneas ou genitais dos doentes infetados, por via sanguínea com sangue contaminado e transmissão da mãe para o filho durante a gravidez ou durante o parto. Quando o portador da doença tem uma pequena lesão provocada pela sífilis, o contacto dessa zona afetada com o parceiro permite a passagem da bactéria para um novo organismo, espalhando-se pela corrente sanguínea. Pelo que a doação de sangue não é permitida quando existe diagnóstico positivo, ou suspensa no caso de suspeitas, até ser feito um tratamento completo ou análises de diagnóstico.


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